Também demitido por telefone quando foi ministro da Educação no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) lamentou a demissão do ministro da Saúde, Arthur Chioro, ocorrida da mesma forma.
A presidente Dilma Rousseff demitiu Chioro nesta terça-feira (29). Em uma conversa fria, ela afirmou ao petista que ele fica no cargo até quinta-feira (1°), data em que deve ser anunciada a nova configuração da Esplanada dos Ministérios.
"Eu lamento muito que ela [Dilma] tenha feito isso mas fico muito contente de ter companhia agora", disse o senador à Folha. Na época, o senador avaliou como uma "desconsideração" ter sido demitido por telefone.
Em sua avaliação, a forma como Chioro deixa a pasta é pior do que a situação que enfrentou em 2004. Isso porque Cristovam foi demitido quando estava em Portugal. Ele integrava a comitiva do presidente Lula em uma viagem à Índia, mas viajou dois dias antes à Europa para lançar um livro e foi surpreendido com a ligação enquanto ainda estava lá.
"O Chioro está aqui em Brasília. Poderia ter sido chamado no Palácio", disse.
"Mas o que eu lamento mais é que essas pastas, como a da Saúde e da Educação, também entrem em negociações políticas. Por que não negocia a Fazenda? Porque ela é a alma do governo. Saúde e Educação também deveriam ser", completou.
A pasta da Saúde será entregue ao PMDB, em decisão acertada com o ex-presidente Lula como forma de garantir o apoio dos peemedebistas ao governo num momento delicado.