02/09/2014

Debate do SBT

Em mais um debate entre os candidatos à presidência da República, desta vez no SBT, as discussões, como era de se prever, se concentraram nas duas primeiras colocadas nas pesquisas eleitorais: Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB). Dividido em três etapas, o debate permitia que os presidenciáveis fizessem perguntas uns aos outros com direito a réplicas e tréplicas, e também que fossem questionados por jornalistas do grupo que organizou o debate: SBT, Folha de S. Paulo, Portal Uol e Jovem Pan.

Enquanto as regras permitiam, praticamente todas as perguntas eram dedicadas ou à petista ou à pessebista. E isso se valeu, inclusive, para os diversos questionamentos direcionados de uma para outra.

A primeira pergunta foi da presidente Dilma, que elencou promessas de campanha de Marina, como medidas para aumento do Produto Interno Bruto (PIB), incremento no repasse de recursos para os municípios e passe livre estudantil. Nas estimativas da presidente, o total necessário para isso seria de R$ 14 bilhões. “Da onde viriam os recursos?”, perguntou.

Marina ressaltou que o povo brasileiro paga impostos altíssimos e pontuou que o governo federal atua desperdiçando recursos públicos. “O povo paga caro pelas escolhas erradas do governo”, criticou. “Nós vamos fazer as escolhas certas.”

Pouco depois Marina, teve que responder sobre a alteração em seu plano de governo, feito 24h depois de sua divulgação e pouco tempo após ameaças do 
pastor Silas Malafaia.  O conteúdo corrigido tratava da implantação de leis voltadas para a comunidade LGBT. “O que houve foi um erro no processo de editoração. Eu defendo as liberdades individuais e o combate a qualquer tipo de preconceito”, respondeu, recebendo como resposta da socialista que os direitos humanos não são questões negociáveis.

A bola sobrou para Marina novamente quando perguntaram para Eduardo Jorge sobre qual era o PV real: o de 2010, quando a atual pessebista se candidatou pelo partido e que não levantava a bandeira pelo aborto e legalização das drogas, ou o de 2014, que tem essas questões como algumas de suas prioridades. O candidato explicou que esses temas sempre foram caros ao partido, mas em 2010 concessões tiveram que ser abertas para Marina.

“Ele explicou bem o que houve”, disse Marina. “Pedi uma cláusula de concessão a temas que eu particularmente não defendo”, declarou. Segundo ela, assuntos como o aborto deveriam ser tratados por meio de plebiscito. “Não satanizo ninguém. Quero o debate.”


Pastor Everaldo (PSC) deu ênfase à questão da família. “Se a família está bem, a cidade está bem, o Estado está bem, o país está bem.” Reforçou sua posição contra o aborto, a legalização das drogas e o casamento igualitário. Questionado sobre as denúncias de que teria agredido uma ex-esposa, um caso em trâmite na Justiça, ele negou com veemência. “Nunca agredi uma mulher.”

Eduardo Jorge enfatizou seu discurso na legalização das drogas e do aborto, frisando que ele foi um dos primeiros a defender essas bandeiras quando foi deputado federal e estadual. Para ele, a primeira medida é essencial para minimizar o poder do tráfico de drogas e resolver os problemas penitenciários; a segunda, é uma questão de saúde pública. O candidato acredita que a maioria dos candidatos “não tem coragem de explicar que há políticas mais inteligentes”, referindo-se à aplicação dessas propostas. “Covardia”, bradou.



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